domingo, 3 de junho de 2012

Grande causa, péssima consequência.

Germinei liberdade,
pois só essa função me faria digno.
Germinei.


O fiz em uma idade que não tinha conhecimento do feito,
uma idade em que só queria um amor perfeito,
mas fui capaz de impor uma liberdade
de maneira tão despótica
que a tirania de cada tônica exagerada
serviu para uma conclusão exacerbada,
e inimiga oculta do meu ser.


Essa liberdade cedida
foi a sinceridade de acreditar
que um amor meu merecia transceder
das realidades estamentais vendidas.


Essa meta foi perdida,
mas fui capaz de conquistar,
mesmo que de maneira contudida,
a minha própria desgraça em nome da liberdade de outrem,
afinal impor liberdade nos dá dois resutados:
amor pela liberdade,
ou amor pela imposição.


E a imposição, inimiga da liberdade,
me fez perceber como a liberdade,
em seu sentido pleno,
é maior do que qualquer outra imposta.


Meu desejo de conquistar alguém melhor,
me levou a desconquistar alguém para melhorar,
mas, apesar de muito esgoísta,
dei o maior exemplo autruísta,
pois em nome da liberdade,
desgracei minha vida.


Fiz discursos libertários
que levaram a situação a um rumo
onde eu era o limite da liberdade.


Não era meu objetivo,
talvez seja falha.
Mas se algo que disse influenciou uma força
suficiente para me sobrepor,
quer dizer que algo ali mudou.
Fiz um ser autônomo, e esqueci-me
que estava preso a ele.


A poesia escrita em um pequeno desespero omitido
pode parecer alvo de um militante.
Mas, mais uma vez,
é só a causa banal de mais um amante.

João Gabriel Souza Gois, 06/04/2012

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