sábado, 30 de outubro de 2010

O Patriciozinho de Beverly Hills.

        Sem muito exagero, hoje postarei apenas uma poesia que acabei de escrever... É nada mais nada menos do que um chilique em forma de poesia - por isso o título irônico -. Sinto vontade de me impor, pelo que justifico correto através da Ciência, sem perceber a demência mascarada em comentários desse tipo, que me fazem me arrepender do que havia dito. E perceber que ao julgar pessoas por suas maneiras de considerar importante vários aspectos e/ou situações, escondo as deficiências de minha própria maneira de pensar, que apesar de 'mais científica, mais arrogante' é também parcial, visto que me baseio na Ciência para tais considerações, e existe muito mais na prática além da teoria. Existe muito mais inteligência na estupidez do que se imagina. Independentemente disso, foi um descontrole que me fez escrever repentinamente e agora tá aí:




O Patriciozinho de Beverly Hills.



Intenso, Intenso.
Falo antes do que penso.


Pode-se ver, 
Que para mandar alguem para a tonga da mironga do kabuletê
Tem que saber o que dizer.


Um Ser, que se julga melhor, não pelo sangue,
Não pela propriedade, mas pela prioridade
Da idade - geração 'Y' - que ignora a experiência.


Experiência sem ciência,
Não tem valor algum.
E Ciência sem experiência?
Altas doses de Rum.


Angústia, muito mais prática do que dinâmica.
Muito mais singela do que se espera.
Simples, fútil, mas Intensa... Intensa.


Angústia em saber, que mesmo sabendo ou se julgando sábio,
Parecerá exagerado, catastrófico perante a alma 'tapada',
E por perceber que sem o apoio dessa alma, seu projeto acaba.
Principalmente em saber que estes valores que o fazem pensar ser sábio, por eles  
                                                                                             [próprios, não valem nada.


Pois se esta hierarquia é descrita pelo nível de sabedoria,
Me faria arrependido em dizer que desdisse o que já havia dito.
Bato de frente, entro em conflito,
Mas o mito continua, 
E minha experiência, apesar de quase nula, está nua
Perante o que há de acontecer.


A Realidade que vejo, é filtrada.
A Ciência que estudo, é manipulada.
Cada vez mais sei que não sei nada.
Mas a busca por tentar saber fez de minha alma angustiada.


Angústia fulera, para aqueles que sofrem para simplesmente sobreviver.
Angústia verdadeira, de quem a atenua, em breves minutos, ao escrever.



João Gabriel Souza Gois, 30/10/2010


quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Desabafo [esclarecendo minha visão política]

     Ultimamente ando com dificuldades para postar constantemente, mas tento - nas vezes em que posto - ao menos manter a qualidade (se é que tem alguma) e por isso o tempo exigido me impede de postar com frequência... Este é o post definitivo sobre política que faço. Vou continuar a postar sobre política, mas o contexto eleitoral faz dessa minha principal preocupação e a intenção do blog nunca foi ter um foco puramente político, embora esta questão seja, junto com a poesia e textos opinativos aleatórios, de grande relevância para o blog.
     
     O real desabafo vem de uma série de opiniões que venho concretizando em paralelo com as informações que recebo e o fato é que não consigo enxergar a mudança que espero e julgo necessária, através da política como ela é hoje. Esta mudança que meus jovens olhos enxergam são cegadas pela corrupção e pela situação doente que uma falta de Reforma Política causa no quadro partidário e político de meu País.
                  
     Apesar dessa situação, minha posição é justificada pelo fato da mudança rasa intuir no caminho necessário para que essa cegueira branca (branca pelo excesso de "luz" que recebo, através de uma mídia patética) seja ao menos atenuada e me permita distinguir traços de um novo Estado, que distribui renda, aquece a economia, fortalece setores (principalmente sociais) por meio de estatais e cria relações totalmente visionárias com economias emergentes, divergindo da rotina brasileira de ser vassala da hegemônica metrópole da época (atualmente o povo do destino manifesto).
                       
José Serra - Oposição Truculenta.
     É obvio que um País com problemas históricos - tanto os socio-econômicos como os morais - não está preparado para uma mudança radical, em todos os mais amplos e complexos aspectos. O mais preocupante reflexo de tais problemas é a falta de infra-estrutura - herdeira do conservadorismo político elitista e oligárquico e também das políticas superficias atuais, que são puramente eleitorais - que não permite que essas mudanças ocorram livremente, sem causar crises e outros problemas. Um exemplo clássico é a crise dos aeroportos, que ocorreram por causa do excesso de passageiros que surgiram por causa do aumento do consumo das classes baixas provocado pela benéfica e desenvolvimentista política de distribuição de renda do governo atual. Os portos apresentam um problema semelhante, já que o aumento da exportação e o crescimento do Brasil requerem um uso mais abusivo destes (mesmo havendo investimento da iniciativa privada e aumento do investimento público nos portos, esses investimentos não conseguem acompanhar o crescimento do problema de logística gerado pelo excesso de carga para ser escoada). Estas que são - comparando com o que é essencial para o desenvolvimento do País - as mais singelas mudanças, já geram pequenas crises que servem de combustível para a campanha truculenta da oposição (cada vez mais similar - apesar das grandes diferenças, devido à circunstância política atual não ser igual à da época da república populista - com a oposição desgastante e não-saudável da UDN) mas que são esperadas e devem ser, além de analisadas, controladas com as medidas necessárias e não divergentes da conjuntura política da pátria (em muitos casos, como o dos portos, isso já é feito, vide porto de Santos). Não obstante tais problemas, eles existem como consequência de um desenvolvimento e todos os outros problemas (diferentes dos gerados pela falta de infra-estrutura) são os de sempre - consequências do passado pouco desenvolvimentista e muito conservador -, causadores da desilusão política de qualquer jovem estudante, como o coronelismo e os latifúndios que segregam nossa nação da condição de desenvolvida.
                         
     A mídia tenta praticar o voto de cabresto (por meio de uma censura interna altamente parcial e selecionada), os poderosos governistas submetem qualquer governo a uma política no mínimo fascista e no máximo mencheviquista... Mas nunca há - no meio político corrompido - uma real proposta diferente. O resquício católico cria o sensacionalismo em questões urgentes como o Aborto. A cultura de massa, estimulada pela hegemonia imperialista, trás a moda (a famosa modinha) e a superficialidade que se apegam à questões duvidosas e muito mais complexas de maneira farsante e exagerada - mas embelezada pelo "parecer intelectual" - como a questão ambiental, que levou popularidade a um atentado ao desenvolvimento puramente religioso e sem fundamento, com a onda verde de Marina Silva e uma proposta insustentável de desenvolvimento sustentável.
     
     É possível desenvolver-se de maneira sustentável. É impossível se desenvolver um País emergente - que exige reformas sociais e econômicas urgentes e de incontestável prioriadade -, se nesse desenvolvimento houver a preocupação exacerbada e mal direcionada (sem propostas condizentes com a realidade ambiental do planeta) de ser 'sustentável'. Apesar da necessidade da preocupação ambiental, o palco perfeito para o reacionarismo está instalado pela moda sustentável e pela falsa intelectualidade gerada pela globalização (cultura de massa). O Tratado de Copenhagen e a discussão sobre os créditos de carbono são, por enquanto, políticas/discussões suficientes para um País que possui preocupações excepcionalmente maiores , já que ainda há concentração de renda, fome, latifúndios e riquezas para se explorar... Depois de tratadas com prioridade tais questões podemos dar mais importância ao meio-ambiente.

Marina Silva - Oposição Sensacionalista
     A situação ambiental está longe do escandaloso apocalipse anunciado pela mídia, que convenientemente - assim como todo sensacionalismo barato - valorizam produtos 'sustentáveis' e beneficiam ONGs (máfias disfarçadas de prestadoras de serviços). Enquanto é necessário preservar a natureza - mesmo havendo lugares no mundo que não estão aquecendo e sim esfriando, e o efeito estufa sendo um efeito natural do planeta e periódico, assim como as glaciações - o exagero e a idéia de catástrofe novamente servem para desviar a atenção da classe explorada, como de praxe é feito pelas camadas exploradoras (vide 'panis et circenses' - pão e circo - de Roma, onde - não com idéia de catástrofe - o Império alienava a população com o entreterimento e a alimentava, atenuando sua visão crítica por meio de um desvio de atenção - assim como as falsas catástrofes midiáticas fazem - .) e mais uma vez funciona, acarretando em 20% dos votos - no primeiro turno - para Marina Silva.

     Atentados contra o desenvolvimento, sejam eles de cunho sensacionalista (Questão Ambiental da Onda Verde) ou truculento (campanha semi-udeenista dos Tucanos), não são saudáveis para uma economia emergente pertencente aos Brics, e apesar da rasa mudança que o PT ocasionou, não houve até hoje no Brasil, alinhamento político (apesar de pouco concentrado, 'aguado', morno, raso...) mais próximo do desenvolvimento econômico e principalmente social esperado, do que as adaptações políticas feitas pelo governo atual, ao modelo severo de hoje, com intuito de promoção das melhores condições de vida do povo brasileiro, e não da pequena parcela de sempre. Mudanças nos modelos arcaicos e sólidos, da economia e da sociedade brasileira, só podem ser vistas hoje, por meio de uma revolução. Pois se a solução for tentada através da política, haverá novamente as dificuldades constantes... E os diversos fatores que promovem o conservadorismo brasileiro novamente assassinarão a vontade dos pobres de ter uma vida digna, assim como qualquer outro cidadão brasileiro.

    Contudo pode-se concluir que só haveria mesmo uma oposição menos truculenta, menos sensacionalista e mais científica e condizente se houvesse no Brasil uma Reforma Política [para permitir] e uma revolução. Longe dessa realidade, nos cabe unicamente o poder de exercer democracia de maneira consciente, nos contentando com o possível, e esperando as condições que sonhamos por meio de um governo coerente, adaptado e ainda assim - baseando-se no referencial conservador do aspecto moral do povo brasileiro - revolucionário.

OBS: Escrevo essa observação em Outubro de 2013, para deixar claro que caso algum leitor atual esteja lendo esse texto antigo sobre política saiba que minha opinião sobre a causa ambiental mudou fortemente, mas não sobre a Marina Silva. Ela ainda não é uma saída interessante para o embate em que vivemos, inclusive no problema ambiental, e, ultimamente, a saída se mostra muito mais visível através da sociedade civil organizada, do que dependente de um Estado viciado por uma estrutura que clama por reforma política urgentemente. Também deixo claro que não uso o termo desenvolvimento mais com o sentido que usava quando escrevi esse texto. Apesar de já me considerar de esquerda, meu pensamento era muito embebado de economicismo, mesmo resguardando essencialmente preocupações econômicas pertinentes. Há muito diálogo disso que está nesse texto com parte do meu pensamento, mas hoje eu diria que ele, em sua completude, não representa mais minha visão tanto sobre a questão ambiental, quanto de "avanço" ou "desenvolvimento" e principalmente "científica". Mesmo usando o termo no sentido de mais igualdade, educação e coisa do tipo, ele pode facilmente ser associado a algo bem perigoso, e essa nunca foi minha intenção, nem quando escrevi na época. Vale esclarecer. Confesso que acho esse meu texto de péssimo gosto, mas é de outro tempo, de outro eu, interessante trombá-lo. [trecho escrito quando a observação foi escrita]

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Alogia constante.

     Bom, como podem perceber faz mais de uma semana que não posto absolutamente nada. Não é por falta de tempo (mesmo não o tendo), nem por falta de assunto (vários deles ainda guardo para postar depois). O real problema, é uma doença passageira... Deu pane no sistema. Não é nem tanto pela questão sentimental, nem pela rotina, nem pelo apelo desesperado por férias e uma nova realidade. É algo auto-imune, uma Alogia constante que me persegue.
     Desde que me lembro de mim mesmo como sou hoje... (desde alguns bimestres atrás) Ando seguindo um comportamento padrão, não rotineiro, pois as circunstâncias e as situações são diferentes, mas o resultado é o mesmo sempre. Primeiro me animo com meu futuro e fico buscando informações para me construir, depois fico inerte nesse aspecto mas feliz com o dia-a-dia alegre e engraçado (ou até empolgante), depois me animo novamente mas apenas com os fins de semana, apelando para a pura boemia e felicidade gratuita e simples, mais tarde fico inerte a tudo e duas semanas se passam sem eu perceber (rotina pura). Aí no fim, por causa de algum acontecimento aleatório que me faça perceber essa inércia ou então que me atinja de outra maneira, sinto um desanimo imenso, um vazio, um tédio... Nos últimos dias eu estava nesta última situação até que mais acontecimentos fizeram ela durar mais, e agora fugindo do padrão que antes era conhecido, me desespero (não adianta, apesar da minha última mudança de pensamento, como eu já havia dito em outro post, ainda sou extremamente apegado a padrões, apesar de minha indisciplina), mas já vou tentando contornar a situação, incluindo agora na minha realidade, essa situação incomum.
     Por isso venho trazer uma poesia que eu particularmente não gostei, mas vou postar porque não estou me importando muito com as coisas ultimamente, então como coincide com esse momento, vou postar mesmo assim.



                                                  Traquéia nova, tosse velha.

Espontaneidade se foi.
A novidade me corrói.
O tédio veio e não disse oi.
Nada mais dói.


Pra que sentir?
Mentir pra que?
Se vais fugir,
Então porque prometer?


Mecânico, periódico
Era.
Éons inteiros
De espera
E o tempo acelera
Enquanto nada na esfera,
Que deveria ter mudado de cor, gosto e cheiro,
Muda por inteiro, e continua constante.


Não obstante,
Meu pulso que, se fez equilibrado
Pela média do extremado
Que já fui o bastante,
Já fiquei acostumado
A fugir do periódico,
E me acostumar com o esporádico,
Que mesmo que pareça sem fim e trágico
Pode se fazer mágico,
Se com ele absorver conhecimento lógico,
E jamais ser alguém errado de acordo com a referência
Que estipulei a mim.


Cansado, entediado,
Sozinho, traído,
Amigo, fodido,
Características inúteis de alguém que se transforma em inseto
E observa inquieto, a metamorfose acontecer.


Kafka ! Kafka !
A tosse não para,
Ela nunca sara;
Continuo a tossir sem sentir,
Kafka ! Kafka !


João Gabriel Souza Gois, 5/10/2010.



Pudou ~ 5/10/2010