quinta-feira, 23 de setembro de 2010

John! Lock the door! Here comes the poor!

     Em um momento de plena ira resolvo fazer um post! Estava eu, a praticar o Corinthianismo e em um singelo 1 a 1 aquela escória caiçara marca um gol... o por quê da raiva é que o timão tava jogando bem, resolvi posta só para expelir a raiva, depois vou terminar de ver o jogo e estudar um pouco de Biologia (Blergh !).

     Venho só retratar, com um pouco de indignação, um tema um tanto quanto "clichê". Em situações anteriores, eu já havia comentado sobre a mídia (Veja) que possui uma parcialidade elitista (por isso a oposição "imparcialmente escancarada" ao governo dos "trabalhadores"), mas hoje, diferente de análises ou discussões, prentendo simplesmente apontar a ignorância e a falta de nexo nos comentários mais comuns de pessoas que possuem esse tipo de visão elitista e que fazem comentários neoliberais, se sentindo no ápice do conhecimento, enquanto não sabem como estão mofados de tão ultrapassados. O motivo pelo qual me fez fazer esse post foi maior do que a inquietação provocada por comentários típicos como "MST é tudo vagabundo" e "tem que 'trabalhá' e 'estudá', reforma agrária é pra preguiçoso" e - as mesmas pessoas - em paralelo a tais comentários, vivem reclamando da quantidade de nordestinos e pessoas de origem rural em São Paulo e toda a questão do aumento do êxodo rural (que está em crescimento no mundo todo. Estima-se que só na China, mais 200 milhões de cidadãos entrarão para o mercado de consumo nas próximas duas décadas) sem perceber que o problema é justamente a falta de emprego nessas regiões devido a má distribuição de terras (os latifúndios não permitem que propriedades familiares compitam com ele, e apesar de empregar, têm menos terras totalmente ocupadas e muita tecnologia que reduz o número de empregos). A indignação - que serviu de impulso - é de como os neoliberais se contradizem com os pais de sua filosofia.

     Não me parece difícil perceber que o neoliberalismo (responsável pela inserção da cultura de massa por meio do imperialismo) advém(é filho) do liberalismo, que por sua vez é uma das características que compõem o Iluminismo (que possui traços sociais, morais, políticos e econômicos refletidos nos dias de hoje) o qual possue, imerso no meio de todos os seus pensadores, um em específico que eu queria comentar hoje, John Locke.

John Locke
    Locke, seguindo a perspectiva racionalista iluminista, teve como objeto de estudo a sociedade e a partir de seus estudos concluiu que todo homem tinha por natureza três direitos (que justificavam a existência do Estado, pois segundo ele, tais direitos deveriam ser garantidos pelo Estado). O primeiro direito era à vida, o segundo à liberdade e por ultimo a propriedade(cof... cof... reforma agrária??? Pois é, começa por aí...). Apesar das conclusões de Locke, sua análise teve lastro para uma visão burguesa da época e que segue totalmente a lógica capitalista de hoje em dia(não economicamente, mas ideologicamente). Porém começaram as crapulices; houveram milhares de justificativas "rearranjadas" para a escravidão que ainda existia neste período da história, entre outras manipulações - de seus próprios ideais- das metrópoles capitalistas para justificarem suas ações. E é justamente essas justificativa furada que fez o capitalismo perfeito, que dá oportunidade a todos que "trabalham e estudam"(incrível como o argumento é constante) criar também - na realidade do brasileiro - latifundios que impedem trabalhadores de competir, pobres dependentes do sistema público de educação e saúde(sistema que é pouco valorizado pelo neoliberalismo, defensor das privatizações) de estudar e viver além de que para sobreviver precisam se prender ao trabalho que os explora de maneira incessante e que é pouco valorizado.

Karl Marx
     Apesar de não duvidar da inteligência de Locke e de outros pensadores do iluminismo, o homem ganancioso e poderoso(atualmente o Burgues) sempre vai desvirtuar ou reconfigurar de maneira conveniente, qualquer idéia de grande impacto, assim como a Igreja Católica fez com os ideais de Cristo, a Mídia faz com os Fatos, Stalin fez com os ideais de Lenin e a Elite Capitalista vem fazendo desde o século XVIII.

     Por isso ideais que mencionam uma "Ditadura do Proletariado" já foram considerados crime na sede do capitalismo (a falsa oportunidade à todos atenua o Proletariado - para que não se rebelem -, enquanto a Elite fica em paz). Pode se apostar que caso se consolidasse uma revolução desse tipo lá - ou em qualquer país que segue o mesmo modelo - essa elite que deturpa verdades e idéias ia ter que gritar desesperada: John! Lock the door. Here comes the poor!

sábado, 18 de setembro de 2010

Metamorfose Ambulante.

     Apesar de parecer extremamente clichê - quando se lê o título -, esse post na verdade é totalmente conveniente.
     Eu já passei por muitas - muitas mesmo - fases, no quisito opinião. Primeiro, quando comecei a cursar o E.M. achava que tudo era feliz, e adorava ser um bobão que estava começando a gostar de metal e deixando de gostar de Naruto, mas depois de um tempo comecei a estudar e fiquei absolutamente fascinado por Física, Matemática e História. Partindo disso, já no segundo ano, eu via como a Física explicava a verdade absoluta de maneira matemática e a História nos mostrava o quão ridículo o homem foi enquanto não conhecia essa verdade ou assumia outras verdades no lugar da que obviamente era a Absoluta, a Ciência.
     Já no fim do segundo ano, matérias como Geografia e Literatura começaram a ganhar meu gosto, pois mostravam problemas e processos que eu não percebia, ou pelo menos, não enxergava sua complexidade.
    Quando o terceiro ano começou, eu já estava certo de que ia prestar engenharia mecânica e estudar à fundo as estruturas e bases da verdade, porém, a partir de maio eu já havia assistido algumas aulas de Filosofia - que só começou no terceiro ano, em meu colégio - e comecei a me incomodar com muitas das minhas certezas em relação à "verdade absoluta", percebi que agia feito um religioso - que eu tanto criticava - em relação às ciências naturais e à matemática. Então surgiu a dúvida em relação a que carreira seguir e em que acreditar. 
     Depois disso me apaixonei cada vez mais pelas ciências humanas, mas além de tudo, queria ser útil; produzir conhecimento e não robôs ou válvulas, por isso acabei optando por prestar Economia.
     Mas fugindo da conversa fiada, o meu objetivo real era apresentar dois textos que escrevi, um quando era um adorador fanático da Ciência e outro de depois, quando me tornei um admirador mais moderado e menos alienado da realidade, que acha que apesar da utilidade da Matemática e da Física, elas não explicam tudo, nem a parte essencial, nem os seus próprios postulados e apesar de reconhecer sua grandiosidade - e ainda ser um grande admirador -, não quero mais assumi-las como a "verdade absoluta" para mim e ignorar outras coisas que não funcionam matematicamente, como toda a dinâmica que envolve os processos políticos, sociais e econômicos.




Primeiro, um texto em prosa que escrevi ainda nesse ano, por incrível que pareça:


Sobre a Verdade. 


Apollo
     Sentimentos exacerbados nunca justificam, amantes não tem voz para a razão, coerência é a lei, respeito é o valor. Calor ou frio, temperatura independe do ser; a crueldade da frieza assusta o tolo e o calor do sentimento o cegam. Absorvendo de grandes como Saramago vimos como há uma Formula de uma determinada "cegueira", para qualquer lugar e pessoas quaisquer, descrita por ele como Branca. Pois para mim ela é vermelha, ou melhor, infravermelha, pois é gerada pelo calor(sentimento), que cega.
     A racionalidade fria rega a semente razão - dois seres em um único corpo - que abusa da coerência para se consolidar em verdade.Verdade é sua causa final.
     É possível perceber então, que a coerência parte da razão e constrói a verdade. Seguindo tal raciocínio, descobrimos que sentimentos não são o oposto da razão e sim inferiores à ela, pois são puras reações despertadas de construções coerentes que por serem compostas de razão sobreposta à razão têm como intermédio a coerência, para se desdobrar em verdades. Essas verdades são a existência do sentimento. Obvio que não devemos ignorar o que a razão gera, por isso a existência de sentimento faz corpos ignorantes(seres vivos) interferirem ondulatória, elétrica, magnética e mecanicamente no universo e estas provocações, apesar de importantes, nunca deixarão de ser vassalas de quem as provocou.


            João Gabriel Souza Gois. 09/04/2010







Agora, um outro que é um poema baseado nessa minha angústia em relação à não ter mais todas as respostas e ter agora uma nova visão, que enxerga muito mais problemas do que a anterior e que não vê o fanatismo(tanto em relação à ciência quanto à religião) como solução. Lá vai :




Náusea Incalculável


Meu seno é maior que um,
Disso não duvide !
Meu zero como numerador dá mais do que nenhum,
E ele, como denominador, divide !


Vida mais amor,
Hipérbole e dor.


Submissão e Fé,
Elipse do que se quer.


Falsa identidade tem
Aquele que não crê em ninguém.
Supera o estado de demência,
Aquele que crê no que só prova a aparência.


Inexistente sensação de certeza,
Se apresenta sobre mim com uma demonstração na mesa.
Estúpido fiel se alucina,
Sem perceber que a ciência age em si como nicotina.


Confusão de sentimentos sem nenhuma estrutura,
Se apresentam nessa conjuntura, 
Resultado disso não é mais análogo do que uma angústia
Gerada por ciência e filosofia, que no escrever, me cura.

 João Gabriel Souza Gois. 25/08/2010



Pudou + Metamorfose Ambulante


sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Quebra do Sigilo Fiscal. [Contraste entre revistas]

     Há algumas semanas, o assunto o qual nos bombardeiam - com imensos buracos de informação e visíveis eufemismos - é a abordagem da ação da Receita Federal, sustentada pelas investigações fiscais, contra o sigilo fiscal da filha do candidato à presidência José Serra, Verônica Serra.
     Enquanto as revistas "imparciais" e "rebuscadas" usam termos como "Governo do Polvo e seus Tentáculos" de maneira pejorativa, criticando o presidente Lula "indiretamente" (se é que alguém, com um pouco de senso, pode chamar aquilo de indireto) e, enquanto isso, o candidato da oposição usa tais "informações coincidentemente convenientes à ele" como ferramenta de campanha, julgando injusta a atuação da Receita, a revista CartaCapital (assumidamente de esquerda) dessa semana mostra uma reportagem que pode escancarar uma incrível incoerência e contradição em tais argumentos Tucanos e adjunto à isso, acusar Verônica Serra de possuir envolvimento com uma empresa (decidir.com) que praticou uma quebra de sigilo infinitamente mais grave (que curiosamente foi abafada, visto que segundo a CartaCapital, ocorreu na virada do milênio e a Folha, apesar de comentar o caso, não mencionou as envolvidas Verônica Serra e Verônica Dantas), que se comprovada, pode expor de vez as deficiências fiscais da filha do Tucano e - seguindo uma visão mais radical - justificar as ações da Receita (porém não há na reportagem, nenhum intuito de defender a - até então atacada - Receita e o Partido dos Trabalhadores, há apenas - de maneira claramente ofensiva - a acusação da filha de Serra, baseada em documentos oficiais).
     Vale lembrar que a filha do candidato à Governador de São Paulo pelo Partido da Social Democracia Brasileira , Sophia Alckmin, já foi gerente da loja de luxo, Daslu - que apresentou seríssimos problemas fiscais desde 2005 e tinha em sua lista de clientes, 'pessoas grandiosas' como o 'adorável' "Coruné" Antônio Carlos Magalhães(que era amigo da dona da Daslu, e coincidentemente foi governador da Bahia 3 vezes, 2 delas durante a Ditadura Militar) - e com esse cargo, 'obviamente' nunca teria acesso às contas da empresa. Incrível notar que pais de políticas em comum podem influenciar filhas de maneiras parecidas... Isso na verdade, é a velha e boa farinha do mesmo saco. (Exatamente o mesmo partido, diferentemente de filiações que ocorrem por conveniência de campanha, e mesmo que não necessariamente justas, são casos diferentes em comparação com os Tucanos Serra e Alckmin que são do mesmo partido, e suas filhas, que aparentemente, do mesmo habitat).


 


     » As duas reportagens, tanto a da "Revista mais imparcial do Brasil" como a da revista de esquerda, Carta Capital estão postadas por intermédio desses links.

Obs: Não coloquei o link direto para o site oficial da Carta Capital, porque não estava carregando a página no meu computador , mas neste site estão presentes, tanto a reportagem como o link para a reportagem na sua real fonte.
     

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Apresentação + Luna Gitana.

     Olá, caros leitores... Em vez de começar metendo o pau em algum artigo, ou cutucando-o com alguma frase da semana, venho unicamente apresentar uma de minhas poesias, que aliás, escrevi ontem. Não há nenhum paralelo com o que estou vivendo, foi pura. Sentimento "falso". Arte por arte(na verdade a única fonte de inspiração foi a música do album "A Fine Pink Mist", do virtuoso ex-guitarrista do Ozzy, Mr. Jake E. Lee).

     Mas antes de apresentá-la venho primeiro informar o motivo pelo qual o blog recebe esse nome... Ladradas vem, na verdade, da origem verbal da palavra. O verbo Ladrar significa Latir, e como tenho o apelido de Pudou, nada mais conveniente, não acham?
     Além de tudo, a parte "do Cão" é na verdade roubada do "título" o qual o Filósofo Grego - Diógenes, o Cão - recebeu, por conta de sua personalidade intensa e curiosa, que intercepta com a minha em muitos aspectos.
     Diógenes desprezava as normas sociais e alegava "viver de acordo com a natureza". Seu desprezo para com as normas sociais básicas - que não pratico - acabaram criando tal personalidade de "o Cão". Apesar de não agir exatamente como ele, me identifico com mentes como esta, pois em seus textos há um claro desprezo ao moralismo, e às hipocrisias da sociedade.


          Não me esquecendo do prometido, aí está:


 Luna Gitana.

Se quem te amas
A ti se declara.
Tu afanas,
E o tolo não repara.

Tu roubas sua atenção.
E com seu brilho sussura silenciosamente
Um samba-canção.

És beleza gratuita,
Coisa que não se vê hoje em dia.
Sua canção silenciosa
Soa suave harmonia.

Ah meio-dia !
Que tu demores a chegar,
Pois seu calor cancerígeno quero antagonizar.

Beleza Milagrosa
Só enxerga quem goza.
Viver essa aventura
Vale a falta de cultura.

Ignoro conhecimento
E me entrego ao Sentimento.
Hipnotizar-me-ei novamente na noite que virá
Enquanto em prantos, vejo nas colinas, a luz aterrissar.

Paixão bizarra essa que sinto,
Sei que devo ser seu milésimo quarto ou milésimo quinto.
Mas seu brilho de Luna Gitana
Vale minha péssima fama.

João Gabriel Souza Gois ~ 13/09/2010