domingo, 4 de março de 2012

Do ideal à prática e da prática ao ideal.

Da poesia transposta a um poema
sempre haverá um tema
sem saber por onde chegar...
Poesia por poesia seria blasfemar
contra os grandes que trouxeram em escrita:
figuras, mundos e realidades restritas
aos que tem o poder da compreensão...
Divididos entre estudos, investimentos e especulação.


O que se quer dizer chega da maneira mais inesperada
quando a angústia e o prazer fazem um meio de parada
para num pequeno vislumbre trazer em um significado
a intersecção dos mundos racionais, instintivos e paradoxais.
Quero vida a todos e não passo de um indivíduo.
Quero arte no mundo, mas sigo reprimido
pelos limites dos braços de pouca força,
pelos limites do lastro da força do hábito...
Pelo limite do que sai da boca e molda o hálito.
Pelo consenso de se aplicar o hábito da força.


Fossa, seria o lugar mais horrendo que não reconheço em mim.
Fossa, o lugar que me cultivei muitas vezes por não aproveitar oportunidades
                                                                                    que poderiam me trazer o Sim!]
O sim para qualquer coisa que valesse mais do que qualquer constância
O sim que me tirasse da tristeza, insegurança e da ignorância.


Mas valorizar em pesos diferentes
nos faz distinguir o "sim" das maneiras mais adstringentes
como fazemos sempre.


Esse desconforto de ignorar grandes vitórias
mesmo que próprias
vem de nossas convicções.


Acontece que no plano das idéias
de forma pragmática
me desprendi, por não ver ganho efetivo
na interpretação dogmática.


Acontece que no plano real
me enfraqueço e exerço pouca prática
me sinto pouco vivo
e com conclusões matemáticas.


Vamos ao que interessa!
Mas como faremos acontecer?
Isso tudo vai depender,
do nível de profundidade
que essa e outras novas realidades
pode nos dar na interpretação das filosofias.
Depende do poder que a epifania
nos dará,
para que, do plano das idéias, oxalá!
Venha uma novidade na prática rotineira.


Essa novidade é que descobri um acesso
a um mundo, que por conta de ideologias
ficou imerso na baixa articulação.


Mas também me fez ver,
o quanto muitos querem crescer,
e esquecem do universo e a universidade
das coisas que lhe deram chão.


Não quero nem um nem outro.
Por isso me sinto morto.
Ao olhar de fora sou um coringa,
que se encaixa aqui ou ali,
mas para mim,
desejo menos obscurantismo
pelo bem mais importante do que
qualquer bem consumível
ou o bem da nação.


Aquele bem, que existe
junto da palavra.
Que todo humano entende,
não interessa a língua que fala.


O Bem longe de todos os maniqueísmos
se é que seja possível existir essa opção.
O bem, que para existir na prática
exige a mais complexa das reformas,
e não de cabeças que gritam: "Se conforma!"


O bem que para existir, precisa do mal.
O bem que reconhece que não existe apenas açucar e sal.
O bem que abuse dos azedos e dos amargos do mundo
Para retirar boa parte dos humanos de viverem no profundo
desprezo que lhes é cedido todo dia.
O bem que respeite o casado e o amante da orgia.
Que entenda que existe mais diversidade
além da idade,
e que produza um dinamismo pacífico
muito mais abrangente do que mundos perfeitos e teóricos.
O bem que respeite os introspectivos e os eufóricos.
O bem, que absorva do mal, para imperar no conjunto
animal do cérebro humano que se viciou em nacionalismos, civilidade e ciência.
O Bem menos simplista, que busque eficiência!
O Bem que não nega o mal,
O Bem-Estar Geral.

João Gabriel Souza Gois, 04/03/2012