Pouco exótico, muito egoísta.
Crítico cético, pensador misticista.
Fraqueza aos montes.
Típica visão de mundo simplista.
Muda como o vento mesmo que persista
no dizer de antes.
Repertório razo como os cabelos
serão um dia, mesmo que sem sabedoria.
Feliz pessimista.
Vêm prantos sem motivos para tê-los.
Tentando torturar-te com tal fantasia
de mente capitalista.
Demente configuração de vida
resumida em produtividade e ciência.
Fim da sinfonia.
Liberdade de chorar a ferida?
De negar capacidade e eficiência?
Triste epifania.
O que sou não passa dos limites do Eu.
E limites são sólidos e concretos.
Mas não será por esses e outros decretos,
Que deixarei de poder transceder de mim rumo
Ao outro, ao novo e à felicidade sem prumo,
Sem as paralelas ou os ângulos retos.
Com pouca medida e muito afeto.
Gozando de tudo, sem pensar no que morreu.
Saciando através de mim
todo o mundo.
Criando trabalho e amor,
num segundo.
Produzindo para nós todos,
mais riqueza.
Riqueza de ser, respirar
com agudeza.
Longe da de caça e presa,
sem outrem.
Valorizando indivíduos.
Amor, vem?
Construiremos uma nova realidade
que valorize cada particularidade.
E crie um todo perfeito e inabalável.
Um amor total, ideal e interminável.
Para que nessa comunidade harmônica,
Haja espaço pr'um amor de qualquer maneira:
da aristotélica à platônica,
da descontínua até a inteira.
Abro meus olhos,
Tiro pestana.
Abro a persiana,
Volto ao mundo.
João Gabriel Souza Gois, 11/05/2011.