quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Fiel

Se soubesses como meu espírito
apela para o canto lírico
quando de alguma maneira
algo maior do que a tristeza corriqueira
permanece
e cresce em mim.

É bem assim que digo que sei.
O que sei?
Sei o que aceitei.
Sou o que você negou.
Quero o que não sei se posso.

Posso tudo que não quero.
Mas espero sempre

que independentemente dos abalos
que meus quase nulos afagos
possam ter gerado,
tu saibas que sou exagerado
pela coragem e medo de não ser e ainda assim ser como você.

Ah, nesse mundo nada me leva a crer

no descrer na esperança.
Esse mundo precisa de dança,

coisa que fazes tão bem,
e me faz lembrar que apesar de odiar o maniqueísmo
e seu desdém,
existe algo que eu possa respirar e chamar de bom.

Acho que tive o dom

de me espelhar sem ver reflexo
e às vezes, vampiresco, me pego sem nexo,
pouco me importa o sexo,
ou esse amor que nos balança e gera vida.
Digo aqui, que é só minha a culpa de minha própria ferida,

mas foi também a partir dela que vi minha alma crescida
e nunca esquecida,
pelo seu olhar vigilante.

Não como um vigilante déspota,

mas como um cintilante sentimento,
que deixa como consequência do devir jusante, o sedimento
que aos poucos forma um delta de valores para me apoiar
e não me afogar no rio que já não é o mesmo

enquanto eu já não sou o que era.

Foi contigo que aprendi a ser fiel,

e morrerei Fiel a ti,
mas o que vivi e senti,
me fez criar um medo de viver sem ti
e insistir em embates destrutivos
para mostrar que mesmo parecendo pouco vivo
o produto do seu libido
ainda assim era ativo.

Jamais reconhecerei - em outros lugares, luares ou cidades - amor tão grande,

sinto-me zero em minhas faltas de responsabilidade 
e no meu descasos com as simbologias que reforçariam o que esse poema tenta mas não alcança]
Esse mundo precisa de dança,
coisa que fazes tão bem,
não sei se olha pra mim como alguém que não sabe ou não valoriza o que tem,

não sei do que de mim para ti é considerado zé-ninguém.

Só sei que um alguém pôde me colher mais atenção pela

minha necessidade eufórica de Carpe Diem e "Aqui, Agora"
minha vontade inóspita de transformar o Shopping em uma Ágora,
para que o mundo aí fora,

não seja engolido pelo barão-drácula.

É imaculada minha inocência,

pura e imaculada de vivência,
e minha essência às vezes não suporta a existência
de alguma coisa que me faça parecer menor ao teus olhos.

Não sei se percebeu, mas sou fiel por ti,

por causa de ti,
por consequência de ti e a ti.
   - Garçom! Mais três dedos de parati.

João Gabriel Souza Gois, 14/02/2013

Obs: Se fosse para alguma musa, não seria eterno. Isso não paga nenhum vacilo meu, é justamente escrito por consequência da culpa em relação a eles.