quinta-feira, 14 de abril de 2011

Síndrome de Cebolinha.

Reação ao ver Sarney assumindo a presidência do Senado,
Geraldo Alckmin assumindo o Governo em SP e o partido PSD sendo criado
.
     Ultimamente, refletindo e baseando-me nos fatos - ou quase fatos - com os quais me deparo, percebi uma patologia que devo estar sofrendo há pouco. Essa doença a qual me refiro, eu mesmo analisei e descobri seus sintomas e demais características... A denominei Síndrome de Cebolinha - baseado no personagem dos quadrinhos brasileiros - justamente pelo fato de sua principal característica se assemelhar com a da personagem. Trocar as Letras. Diferentemente do ilustre Cebolinha, que troca 'R' por 'L', troco o 'S' pelo 'M', e ainda pratico elipse com algumas letras... Apesar das divergências fonéticas de tais letras, elas trazem um motivo especial para tal.

     A maioria das repúblicas democráticas mundiais apresentam diversas maneiras internas e exclusivas de organização política. No Estados Unidos da América o que vigora é o bipartidarismo - por exemplo - enquanto no Brasil é o pluripartidarismo. Entre outras diferenças nas bases republicanas - ou nem tanto -, estruturais e políticas destes Estados, cada um apresenta - de acordo com as decisões tomadas, a história vivida e a constituição vigente - suas próprias características. Não obstante as peculiaridades, todas as repúblicas democráticas - ou quase todas - apresentam vários grupos de interesse, diferente das organizações sindicais, do empresariado, das ONGs e de diversos outros grupos de forte influência. São grupos que estão imersos de maneira mais intensa na política, e que de fato chegam ao poder, organizados a partir de uma afinidade ideológica e política (maneira de conduzir a maquina do Estado; propostas de governo etc.), que são os partidos políticos.

    A política não é um campo muito simples de se investigar e apesar de cada vez mais me interessar, me faltam pré-requisitos científicos para compreensão total de diversas diretrizes e ramos desta... Porém é simples perceber como existem máximas absurdas, românticas ou publicitárias demais, principalmente nos meios de comunicações "mais finos" como as revistas de madame ou o extremo oposto como os jornais mais radicais sindicais.

Antonio Ermirio de Moraes passeando nos fins-de-semana.
    Em um país como o Brasil, onde há uma elite - herdeira dos escravocratas - sólida e estável  que detém quase todo o luxo e poder político (me lembra até a nobreza dos períodos absolutistas) que é beneficiada pelo Estado de diversas maneiras (principalmente pelas vertentes mais ortodoxas do mercado financeiro), e que não participa quase que integralmente da distribuição de renda (a grande maioria da distribuição de renda para as classes mais baixas tem como fonte a perda de poder aquisitivo da classe média) não é difícil de se imaginar como se portariam os partidos. Não obstante os pontos positivos do pluripartidarimo - como partidos de ideologia mais sólida e menos dissidências internas - essas condições culturais há pouco mencionadas acabam tornando possível a existência de partidos sem caráter ideológico, sem propostas fundamentais de governo, com o único intuito de garfar salários parlamentares e receber mais tempo durante os horários políticos para integrarem uma coligação, que no fim, representará o mesmo candidato aos cargos hierarquicamente superiores. Apresento-lhes os bons e velhos oportunistas.

Sigla mais condizente com a realidade do PMDB.
   O partido que perdeu, pouco tempo depois de surgir - se é que em algum momento a teve - alguma vertente ideológica, é o claramente governista PMDB do capitão donatário nosso presidente do Senado, José Sarney. O apoio exacerbado ao PSDB no seu tempo de glória, com o príncipe da nova ordem dos sociólogos - do plano Real mas também do PIB medíocre - FHC, e em seguida seu apoio ao PT, principalmente durante a reeleição de Lula - com a popularidade do ex-operário e ex-radical no topo nunca imaginado - é só um dos exemplos, entre inúmeras ações - das mais descaradas e das mais minuciosas - integralmente governistas.

  O Partido dos Trabalhadores, porém, surgiu com uma força extremamente radical, criticando o capital estrangeiro, o baixo salário mínimo, as políticas neoliberais que eram tomadas naquela época - enfraquecendo ainda mais as já ruim-das-pernas instituições públicas brasileiras -, a exploração exacerbada da burguesia sobre o proletariado e o conservadorismo intrínseco num país Católico e portanto preconceituoso, não republicano e principalmente alienado. Esse 'feromônio' esquerdista assustou o - politicamente castrado - empresariado da época que apelou para a mídia conservadora, criando um Herói nacional (para apagar a praga sindical, mal-cheirosa e 'sem modos') que seria impeachmado dois anos mais tarde. Porém, após assumir o poder, o Partido dos Trabalhadores mudou sua postura - isso se deveu também às outras tentativas à presidencia por Lula, que fracassaram, após o 'Herói da Globo' Collor - de extrema esquerda para centro-esquerda. As políticas sociais foram auxiliadas por uma gestão econômica que agradou - principalmente no mercado financeiro - boa parte do Empresariado, antes assustado, agora podendo dizer 'Ufa!'. Em um país pluripartidarista, o que se esperaria dos ainda radicais de esquerda que restavam no partido? Dos integrantes do partido, defensores de uma economia mais protegida? Dos fervorosos ideológicos que abominavam uma economia ortodoxa? Da vertente Socialista do Partido dos Trabalhadores que - por uma questão lógica - provavelmente não gostavam de uma política econômica que agradasse o empresariado? Dos ambientalistas liberais e publicitários que não se incorporavam, ou se aproveitavam da força dos "PVs" pelo mundo, para criar outra força política? A conclusão mais simples, lógica e que de fato representa o ocorrido é de que formassem outros partidos ou então de que fossem expulsos do 'novo' PT... E de onde será que veio o PV, PSOL, PCO, PSTU e etc.? São todos abortos de um PT radical que já não está entre nós, e que após assumir o governo, mudou traços ideológicos e propostas, e que portanto se descaracterizava com estes grupos... Não faria sentido, pela própria definição jurídica de partido político, todos esses feixes políticos continuarem como um só partido. Apesar de existir oportunistas enraizados nas estruturas do PT, é perceptível que a conveniência que levou à uma gestão mais branda e menos radical foi uma questão política, de conciliação e negociação com setores da sociedade, e mesmo mantendo as base da economia a mesma, conseguiu, em termos efetivos, deixar seu traço de preocupação social, sem prejudicar financeiramente o Estado(que aliás melhorou, e conseguiu se livrar da posição de "vassalo" do FMI) - o que faria um neoliberal se coçar para entender.
O antes(Socialista) e o depois(centro-esquerda) do Partido dos Trabalhadores.

O antes (social-democrata) e o depois (conservador) - totalmente antagônico ao
liberalismo político,  não-laico - do PSDB.
   Um dos maiores partidos políticos do Brasil, que surgiu enraizado em uma proposta de centro-esquerda e cada vez mais vem se convertendo ao "Tea Party way of life" é o bom e velho Partido da Social-Democracia Brasileira. Seu intuito era ser moderno, alinhado com ideias liberais e possuir representantes de cunho esquedista visível, como líderes estudantis (José Serra) e sociólogos conceituados (FHC). Isso tudo parece piada perto do que se tornou o partido nos dias de hoje: apelando para o obscurantismo para ganhar mais umas merrecas na porcentagem de votos - com seu fiel escudeiro Silas Malafaia, durante a eleição presidencial de 2010 -, omitindo tensões internas e inquietações constantes - principalmente entre o senador Aécio Neves e o ex-governador de São Paulo, José Serra, que quase saem a tapa a todo momento para ver quem disputará cargos mais importantes nas eleições. Ganhar a eleição a todo custo, de maneira maquiavélica e imprudente, esquecendo o ideais da social-democracia e o racionalismo iluminista - progenitor dos sociais-democratas que vomitariam sangue ao ver temas religiosos atacando a pureza laica do Estado - e trazendo a questão do aborto de maneira equivocada, sem lhe tratar com a devida noção científica e lógica como um governo deve fazer, recheiando-a com moralidade cristã inadequada para a política democrática - se fosse adequada, chamaria-se teocrática e não democrática - e esquecendo dos índices que provariam a necessidade urgente da legalização do aborto, da distribuição de renda e de terras e de reformas de base em geral.

    Realmente, o pluripartidarismo abre espaço para governistas como o PMDB, mas já não reconheço, ou diferencio, o que é PMDB e PSDB... Agora, essa brecha deixada pelo pluripartidarismo permite também o surgimento de partidos como o novo PSD (a criação oportunista do PSD é clara, não tem definido nem se é oposição ou se apoia o governo logo em seu surgimento, demonstra a falta essencial ideológica do partido, sua criação antecedeu sua essência... E não é existencialista por isso, e sim oportunista) - mais claramente oportunista do que o PSDB, que se mostrou truculento por migalhas porcentuais. Muitos dizem que não faz sentido confundir, a diferença é explícita... Se essas pessoas estiverem certas, eu realmente preciso tratar essa Síndrome de Cebolinha. Isso está me fazendo ver demais e confundir as coisas... São caras-de-pau diferentes... E essa minha patologia me faz enxergar oportunistas, governistas e aproveitadores de situações problemáticas - como a falta de noção do brasileiro, que mistura religião com política, desconhece as ciências humanas e é ingênuo (não por culpa própria, mas por culpa de um sistema doente) - como coisas iguais. Entendo diferenças peculiares, mas meu senso racionalista, que compara quantitiva e qualitativamente, não consegue ver diferença no teor prejudicial dessa agressão à democracia e à república. Mas são coisas diferentes! Tenho que reconhecer que são. Estou doente e logo mais sararei - o tratamento e ver muita TV e parar de ler. Essa minha confusão é tão absurda! É quase tão absurda como confundir Jesus com Hórus... Chega de escrever! Vou ao médico! Pensar demais faz mal! Tchau!
O Depois e o Antes do Deus-Sol, que nasce 3 dias
após o Solstício de inverno europeu (quando o Sol 'morre' e aparece a noite longa).
Por isso a ressureição após 3 dias (25 de dez) da 'morte' do Sol (Jesus ou Hórus).

Penso em ti.

Delicadeza intocável.
Beleza fascinante.
Vontade incontrolável
do que se resume em um instante.


Não se prende a padrões,
interessa-se apenas.
Com uma inteligência
omitida pela ciência.
Linda, porém, em toda filosofia
e nos momentos em que sorria


Porque não sorri mais
e não existe de fato.
Na vida do fraco
só existe o contato
onde a vida não é capaz.


Existência não é duvidável
mas meu amor é inevitável.


Todo ele te ofereço,
insisto que mereço.


Amiga minha será sempre,
mesmo que apenas na mente.
Idolatro-te de longe,
Gargalhando contigo e em sincronia, do que intitulei:
A minha estupidez platônica.

João Gabriel Souza Gois, 24/03/2011

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Perdido; mas jamais em mim mesmo.

Mentes e pensamentos,
São tão independentes,
Nem tristes nem contentes.
São definidos por momentos.


Te mataria hoje,
faria um filho contigo amanhã.
Te quero agora,
Quero todos sempre.


O Singelo é formado por camadas complexas.
O complexo é formado por particularidades singelas.


Como suportar a alogia que não vem de mim?
Você tem outro!
Eu acuso, outro!
Outro pensamento, outra cultura,
Outros valores, outra compostura.


Mas o que pode ser humilhante para alguém?
Existiriam valores universais?


Creio que não, mas existem incoerências
nos excrementos e nos putrefados lixos
deixados a céu aberto.


Lixos que se proclamam com orgulho,
Sem nenhum intuito de serem escondidos.


Mas, o que é lixo?
Lixo é o que se considera resíduo.
Inútil, repugnante e afastado.
Eu sou lixo.
Mas estas atitudes,
Até para o pilar de inutilidade que sou
são nojentas.


Pois são formadas por pensamentos de alguém
que impôs uma linha de raciocínio,
E dentro desta mesma linha, entrou em declínio,
Ficando, sem perceber, aquém.


Difícil entender o singelo e o complexo,
As particularidades de cada sexo.
Se o que eu disse tem, ou não, nexo.


Mas fácil é perceber, os que estão perdidos
Em suas próprias convicções,
E têm uma vida presa em refrões,
Ignorando até os próprios sentidos.


Cego também sou, pois o certo é o incerto.
Mas no que me configurei e propus, estou perto.
Lógico que por isso, jamais serei mais esperto,


Serei apenas alguém contente,
Em ver, que o que julgo ser excremento
Se esforça a todo o momento,
A ser, para com meu julgamento, condizente.
Pois para mim, minha mente não mente.


João Gabriel Souza Gois, 04/04/2011