terça-feira, 5 de outubro de 2010

Alogia constante.

     Bom, como podem perceber faz mais de uma semana que não posto absolutamente nada. Não é por falta de tempo (mesmo não o tendo), nem por falta de assunto (vários deles ainda guardo para postar depois). O real problema, é uma doença passageira... Deu pane no sistema. Não é nem tanto pela questão sentimental, nem pela rotina, nem pelo apelo desesperado por férias e uma nova realidade. É algo auto-imune, uma Alogia constante que me persegue.
     Desde que me lembro de mim mesmo como sou hoje... (desde alguns bimestres atrás) Ando seguindo um comportamento padrão, não rotineiro, pois as circunstâncias e as situações são diferentes, mas o resultado é o mesmo sempre. Primeiro me animo com meu futuro e fico buscando informações para me construir, depois fico inerte nesse aspecto mas feliz com o dia-a-dia alegre e engraçado (ou até empolgante), depois me animo novamente mas apenas com os fins de semana, apelando para a pura boemia e felicidade gratuita e simples, mais tarde fico inerte a tudo e duas semanas se passam sem eu perceber (rotina pura). Aí no fim, por causa de algum acontecimento aleatório que me faça perceber essa inércia ou então que me atinja de outra maneira, sinto um desanimo imenso, um vazio, um tédio... Nos últimos dias eu estava nesta última situação até que mais acontecimentos fizeram ela durar mais, e agora fugindo do padrão que antes era conhecido, me desespero (não adianta, apesar da minha última mudança de pensamento, como eu já havia dito em outro post, ainda sou extremamente apegado a padrões, apesar de minha indisciplina), mas já vou tentando contornar a situação, incluindo agora na minha realidade, essa situação incomum.
     Por isso venho trazer uma poesia que eu particularmente não gostei, mas vou postar porque não estou me importando muito com as coisas ultimamente, então como coincide com esse momento, vou postar mesmo assim.



                                                  Traquéia nova, tosse velha.

Espontaneidade se foi.
A novidade me corrói.
O tédio veio e não disse oi.
Nada mais dói.


Pra que sentir?
Mentir pra que?
Se vais fugir,
Então porque prometer?


Mecânico, periódico
Era.
Éons inteiros
De espera
E o tempo acelera
Enquanto nada na esfera,
Que deveria ter mudado de cor, gosto e cheiro,
Muda por inteiro, e continua constante.


Não obstante,
Meu pulso que, se fez equilibrado
Pela média do extremado
Que já fui o bastante,
Já fiquei acostumado
A fugir do periódico,
E me acostumar com o esporádico,
Que mesmo que pareça sem fim e trágico
Pode se fazer mágico,
Se com ele absorver conhecimento lógico,
E jamais ser alguém errado de acordo com a referência
Que estipulei a mim.


Cansado, entediado,
Sozinho, traído,
Amigo, fodido,
Características inúteis de alguém que se transforma em inseto
E observa inquieto, a metamorfose acontecer.


Kafka ! Kafka !
A tosse não para,
Ela nunca sara;
Continuo a tossir sem sentir,
Kafka ! Kafka !


João Gabriel Souza Gois, 5/10/2010.



Pudou ~ 5/10/2010

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