terça-feira, 26 de junho de 2012

Decisão

Conversas fáticas,
não são apenas emblemáticas,
demonstram alguma problemática
que quer ser reprimida,
por alguma alma deprimida,
que não se sente bem.


Não querer depender de ninguém,
não é não amar.
Chega de chorar,
indagar,
justificar,
se complicar,
sem encarar,
que para continuar,
há uma parte que tem que se planejar,
e outra que manda tudo se danar.


Pois que não se dane o projeto,
mas se ele danou,
Foque, vamos lá!
Preguiça enguiça,
tristeza prende.


Não me sinto melhor
fugindo do que quero.
Então,
sem desespero,
encarei.


Longas etapas,
algumas vendas,
mas compreenda,
melhor recomeçar cedo,
do que se encher de medo,
e não sair do lugar.


Queria a vida toda,
quis,
ainda quero,
mas para sair
não precisa deixar
de sentir o desejo.
Só deve-se fugir da prisão
do projeto sem contestação
que corrói por dentro,
mata,
e não se engata
em nenhuma outra coisa,
as respostas ficam afoitas,
a segurança vira pó.


Mas olhe só,
encare como positivo,
até o mais precário e corrosivo erro,
e sairá de uma crise de bezerro
para encontrar a realização.


Não quero pensar
em necessidades do futuro.
Não quero almejar pra daqui há dez anos
e me afundar no escuro.


Quero construir no longo prazo,
o que exigi que não tivesse atraso,
uma carreira,
para a essência,
e um sustento
para os talentos
que são o que mais importa.


Barata, mas não mais a de Kafka.
Barata tonta,
sonsa,
que querendo justificar que não dá conta,
apelou até a última ponta,
mas não deixou a alma pronta
para um novo começar.


Melhor sim,
procurar em mim respostas,
mas conselhos,
mutas vezes vêm
 de alguém
que entrou em desespero

antes que você,
achando que podia prever o que se passava,
e antecipava o diagnóstico,
botando dúvida em um agnóstico.


Mas agnósticos amam a dúvida!
Alguma dúvida?
Não,
besteira fingir que o pensar vem do coração.
Mas ignorar qualquer emoção,
para impor corpo a uma personalidade,
te causa um ar de infantilidade,
de infertilidade,
de inatividade
tão velho,
mas tão velho,
que o que pensou
não tem valor,
pois para esconder a dor,
se cruza os braços.


Vendo o lado bom,
ficando calmo...
Tentando impor um dom,
antiquado,
ou falso,
pois anda descalço,
mas compra cada vez mais tênis.


Prosseguir.
Sem conseguir parar de pensar
nas consequências
destrói qualquer eficiência que almeja.


Desistir,
por perceber em si uma desistência,
te dá uma uma calma para essência,
para preenchê-la de verdade.


Ingenuidade,
achar que aos olhos de outros
és um louco,
sendo que nenhuma palavra soltou,
ou outras ignorou,
estando preso a cabeça.


Ah,
enlouqueça!
Enlouqueça em todos os sentidos
que os poros e alma pedem.
Mas não esqueça aqueles que suspendem
seus compromissos mais verdadeiros
para resolver desafios derradeiros
de uma alma pobre por opção.


Isso aqui não é mais culpa,
isso aqui não é mais desculpa,
isso aqui é uma decisão,
não foi, perdeu.
Chorou, reconheceu.
Desencanou, decidiu.
E agora vai afundar até o fim do rio,
sem encalhar
encravar
ou travar
a cabeça
em certezas
que nada valem
a não ser para bloquear o pensar.
Para nada.


Uma alma estressada
de cobranças infinitas,
incertezas corrompidas,
e vontades universais.
 Que agora segue,
antes que se pegue,
pensando em cíclo,
bancando o cínico,
ou julgando-se mímico.


Ao acordar,
depois de estudar
para o que acaba de almejar,
tentará um continuar desconhecido,
mas em vez de trazer mais medo do perigo,
o desafio
deu um gás.
Viva! O amanhã pode ser tudo.
Pode ser a morte,
pode ser a sorte,
mas condicioná-lo,
confiscá-lo,
embrulha e joga no ralo
a esperança da juventude.


Só julgarão atitudes,
pois boas intenções
estão em sobra no mercado.


Prossiga,
consiga e verá.
Se alguém um dia falar que não vai dar,
basta ignorar, pois sabe que tem ferramentas,
materiais,
intenções e ideais
para tudo isso.

É necessário o compromisso,
mas o compromisso próprio.
Se não se torna um impróprio
para qualquer ambiente.
Venha logo,
seja agente!
Aquino morreu faz tempo,
não fui eu quem matei, gente.
E nesse tempo que passou,
o mundo mudou tanto,
que quando se perde alguns segundos com poucos prantos,
se lamenta de não vê-lo em movimento.
Quero tudo em movimento,
Uma universidade,
uma atividade,
um riso,
uma decepção...
Não interessa de antemão
nenhum perigo.


Fogo contra fogo
é uma viagem
e ritmo e poesia
é compromisso,
diria o homem que morreu
cumprindo.
Eu não cumpri,
parei de omitir,
mentir,
ou deixar pra lá.
Procrastinar cansa.
Vou engolir a mudança,
mas depois dessa lambança
na cabeça,
a Decisão,
antes que esqueça,
já foi tomada.
Sem o apoio que queria,
mas entendendo o contexto que tanto exigi em poesia,
se parte para uma lúcida direção.
Sem estudar o que acontece,
se para de facilitar a luz
quando anoitece,

e aí
não há compreensão nem de si mesmo.


Ninguém!

Ninguém alem de si,
te jogou à esmo!
Hora de se informar,

se formar,
se conformar,
se reformar,
e o resto é discurso!

João Gabriel Souza Gois, 25/06/2012


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