segunda-feira, 8 de abril de 2013

Endireita-se! (Ou neo-despotismo encarecido)


-Endireita-se! Menino!
Não mãe, não vou, tu tá de deboche!?
-Endireita!
Jamais! Quem me acordou foi o anjo das sombras
e me fadou a ser Gauche,
a ouvir pastéis de vento nos discursos endireitados,
de ver e não ignorar guerras convenientes assassinando favelados.

Gosto ocre, esse da intolerância,
diminui os caminhos que poderiam ser frutíferos,
desestimula, antes da música, o prelúdio,
tudo isso para tirar da reta
do seu orifício Social
a responsabilidade que impôs a si mesma,
(a si? Lesma!)
de que mesmo, que desestruturando uma vida inteira,
terá a ultima palavra.

-"não ensinarei, mas forçarei a mão que lavra."
Mesmo que não seja o momento,
afinal, esse é MEU parlamento.

Não seria muito inteligente,
aos olhos de qualquer gente,
tirar todas as opções produtivas
e só deixar como opção
a reflexão que cultiva
amargos d'outras eras.
E então,
se a ultima opção do alvo vigente,
seria fazer justamente o que lhe restou,
sendo que o que seria útil pra frente, e pra trás regou
tudo o que sabe,
hoje,
não passam de suscetivos fracassos.
Pois, eu vou pegar o frasco,
vou me embriagar sim,
pois quando guardo poucos segundos
para me desfazer de mim,
de um não, perco TODOS os 'sim'.

Meu, Deus! Como fracassado, como faço para amar, se todos são Cidadãos Kane de espírito?]

Fuja, imbecil, mais uma vez, para esse nada poético,
esse niilismo patético, de umas quantas linhas,
de umas quantas memórias lindas,
mas que não tem o maior valor,
perante o veredicto do Senhor,
de negar com moral,
o que o anseio animal
(endocanabinóide, não 'exo', porra!)
usa para tirar de si
o anseio artificial
construído nas fábricas de mão-de-obra
da babilônia.

O anseio artificial de pensar como lhe mandaram.
De engolir mandamentos.
De aprender Ética com base em alguns fundamentos.
De aprender filosofia no guia do momento,
De ser o "sempre feliz, sai pra lá tormento!"

Pois você, negando a rebeldia que podou,
em uns quantos prantos, acusou
de egoísta o que não influi em nada de ninguém,
de egoísta, só porque como minoria, não aceitou esse tal de Amém.

Tem razão,
meu crime é perceber o que é poesia,
todo santo dia,
porque dentro de mim não sei se há
uma orgia ou uma guerra,
para cada lado uma hora pesa,
mas se me despreza por um feito,
eu minto, com efeito,
e enfeito a realidade de uma coisa parecida com sua novela,
assim não culpará minha vela,
por minha necessidade intrínseca de desconstruir realidades,
e perceberá através do correr da minha idade
e da idade da humanidade,
O quão patética, infantil e despótica
a desistência declarada vai se mostrar.

Nenhum niilista alienado
fará minha cabeça abaixar.
Ah, fumaça verde pra respirar,
da cinza me basta a que não posso não inspirar.
Mas posso expirar, com nobreza,
no meio da babilônia, natureza,
para que sua grandeza onírica de hierarquia carcomida
não valha nada além do meu prato de comida.
De você, nem isso quero,
Vá você comer de pedinte,
pensei que era por amor
não por conveniência,
mas se mantém essa insistência
de que a confiança não é nada além dum contrato assinado,
me desculpe, mas teria eu ainda reiterado
como não há esperança pra esse seu pensamento simplista
e desorganizado,
pois quando um ser feito,
espera além de respeito, ser amado,
o que se faz com efeito é ditar regras,
deixá-lo prejudicado, não para ele entender que o amor dói,
mas para entender,
que se não fazer como se manda,
não vai nem adiantar procurar demanda,
vou mesmo é te deixar refém da minha arbitrariedade,
e a cada momento, cada coisa diferente será inclusa,
assim quero ver como você se escusa
de ser minha propriedade.

Parabéns! Família capitalista,
no projeto falho, não invista,
o quê adianta? - Vira ativista!

- Com pouco dinheiro e pouca responsabilidade,
mesmo que queiras tanto ser o que és,
lembrarei a ti, pela eternidade,
és fracasso, mas é minha propriedade.

João Gabriel Souza Gois, 8/07/2013

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