sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Bem querida

Novamente me pego em silêncio desconcertante
quando me abstenho do entorno, e volto a ti em um instante.

Não! Tomara que a luz de nossa lua não seja minguante,
E me desculpe se me recomponho escrevendo tão pedante.

Tanto me atiça seus mistérios de mulher,
que mesmo ignorando minha insegurança, bem me quer.
Logo voltamos à rotina pobre, mal me quer.
O pássaro só é livre por voar quando quiser.

Se bem me queres,
só a vejo comigo livre, assim que se faz linda,
Se mal me queres,
busco outros afagos, outras mulheres,
e ainda assim você não sai de minha berlinda.

Palavras de poeta embriagado,
pouco vivido, muito cantado,
canto de amor esporádico,
que tanto é bom, como sádico,
pois jamais cometeria eu o fático

e bruto erro de negar a ti o que queremos em comum,
mas falta o afago puro - não o constante afago nulo - quando ouço Cazuza, bebum.

Sei, amor, que nessa vida, sempre somos 'mais um',
mas sei também, o medo pode matar corações,
já o amor, os balança, bagunça e distorce,
só mata os corações que idealizaram refrões

de romances saborosos,
mas esqueceram dos embates laboriosos
e prazerosos de ser nós sem deixar de ser eu.


Sei, essa conversa poética

é a minha redenção nada cética
ao que seu sorriso reflete
no meu anteparo olhar contemplativo.

E como poeta e fingidor, não finjo quando digo,

que apesar de errante, vacilante e sem rumo,
minha admiração que agora é sua
me fez querer sair mais cedo, para sambarmos na rua.
Soterrado em minha ingenuidade semi-nua,

adoraria saber se você também viu, hoje, esse coelho na lua.

Fosse eu o que não sou, exatamente o que queres,
Não fosse eu o que sou, piada entre as mulheres,
Não teríamos, a toa, nos encontrado em olhar embriagante,
Não teria eu enfrentado seus sorrisos ofegantes,
para bem saber, que se não estou apaixonado,
estou no mínimo extasiado com a arte que sua existência exala.

Sorriso de menina,
espontâneo e sincero,
quanto mais tenho, mais quero.
Força de mulher,
que já bem sabes da vida,
mas sinto, mesmo menino,
que quando perto, sou eu envelhecido.
Não interessa o quanto as expectativas nos consumam.
Pouco importa se os erros mudam.

O que seu espírito e presença movem,
é a força que mais orgulha o poder jovem.



João Gabriel Souza Gois, 16 de dezembro de 2013



Obs: Para uma menina mulher morena de um sorriso encantador que vem cada vez mais ocupando meus pensamentos.

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