quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Ancestral.

Ódio,
pior que ópio.
Destrói discussões,
destrói corações.


Estimulam preconceitos,
ressaltam defeitos,
ignora-se sucesso.
Transborda o excesso.


Ser alguém na vida!
Necessidade iludida.
Pois se para isso, matar o que mais vale na própria vida.
Comete-se suicídio.


E o que mais vale
é o amor, o carinho e o respeito.
E se a intolerância cresce
a tal ponto que a desinformação
transforma, através de dogmatismo,
conforma, atavés do cristianismo,
e isola, através dela mesma.
O postulado como errado,
deixa-se suas grandes obras de lado,
pois agora há ali um destino fadado.


Não há nem nunca houve maior influência,
mas tais laconismos confundem minha essência,
Pois agora vejo se destruir o mito,
do sucesso absoluto. Rito.


Rito insensível que desrespeita liberdades,
rito canibal.


Vivemos no tempo em que lucidez quer dizer rebeldia.
Vivemos no tempo em que sensibilidade é piada.
Vivemos no tempo em que o dogma destrói discussões.
Vivemos no tempo em que...


Em que tudo é feito de escolhas...
Mas encolha
sua sensibilidade,
porque não tem idade pra escolher.


Você viu um quadro parado por mais tempo.
Eu vi por dois segundos, um quadro em movimento!


Porque sempre o amor tem que ser diminuido
por certezas manipuladas?
Porque acordamos ouvindo
sirenes aceleradas?
E não nos perguntamos o que acontece...
Agir no local, se tornar banal e voltar a prece.
Esse é o seu destino 1.
Dispersar-se em contextos, se perder em pretextos e virar marginal.
Esse é o seu destino 2.
Bem e mal. Doce e sal.


Nunca imaginei
que por causa de um ódio injustificado
faria o ser mais admirado
me lançar um olhar de desprezo,
analisar do cabelo ao peso,
para no fim concluir
que quer, e por isso será assim.
E na discussão se põe um fim, com mais uma ordem dogmática.


Estou o pior possível.
Porque tudo que julguei mais incrível,
pra compartilhar, ressaltar e mostrar meu progresso
foi desmerecido pelo mais estúpido regresso,
daqueles preconceitos definidos por divinos.


O mesmo preconceito que colocaram na raça,
e não importa o que se faça,
continuarão a colocar.


Com uma ciência pouco estudada,
mas muito da comentada,
seja pela cor ou pela opção animada,
garantir inferioridade, fado e uma vida encalhada.


África: martír do mundo.
Ponto de parada de negócios,
onde quanto mais se nega o ócio,
mais se mata a discussão.


África: a cultura banida,
a cor reprimida,
o cabelo odiado,
o culto negado.


África: de cabeça ativa,
defendo que vivas!
Nos nossos corações.
Pois existem irmãos que de ti esqueceram,
e mesmo com a pele branca
assumo a missão abandonada,
pois o local não vale de nada,
se só me alienar.


Árida: a cabeça especializada,
que não enxerga nada,
além da realidade de sua ciência mãe.


Ávida: a vontade por tolerância,
pra que o que tem relevância,
finalmente possa imperar.


Rápida: dispersão de lágrimas descontroladas,
por não se sentir valer nada,
por quem mais se queria sentir valer.


Decápita logo essa minha cabeça,
para que eu esqueça de tudo que concluí.
Insira-me um admirável chip novo,
para que o software robótico de uma vida sem valor,
finalmente me faça dar valor ao que nunca teve.
Mate minha poesia, minha espontaneidade
e farei muito dinheiro.
Mate o fenômeno da idade,
e me amargurarei por inteiro.


Duvido que em algum momento,
sofreu a epifania de chorar num por-do-sol.
Duvido que se deu tempo,
de finalmente sentir a alma completa de novo,
não por causa de uma ou outra substância,
que na ignorância,
recebe a alcunha de muleta.
Pois quem vê além do consumo provisório,
enxerga nisso um acessório,
ou o menor dos problemas.


Sintia-me completo finalmente,
porque encontrei nessa gente
sintonia.


Sintia-me completo,
por só sentir overdose de
epifania.


Sinto-me completo, pois tenho poesia.
Sinto-me esperto, não ouse me por fados.
A única burrice, o único errado,
é não esclarecer.
A única tristeza, o único fracasso,
é nunca se rever.


Ressalta-se sempre o próprio sucesso.
Ressalta-se sempre o outro fracasso.


Que culpa tenho eu?
Se resolveram enfiar demônio em tudo?
Fico mudo?
Tenho muito o que fazer, pra ficar a vagabundear,
isso você vai ver, não vou precisar falar.


Não esqueça que o organismo também é um acessório.
É burro, mas também é provisório,
e o que sou está em minha alma.
Por isso não tenho tempo pra tanto ódio,
nem pra informações banhadas a ródio.
Não tenho tempo pra tanta certeza,
pois falta comida em tanta mesa!
E não é nem nunca foi por ousadia
de achar que algum dia,
mudaria o mundo.
Foi só por possuir um interesse,
de deixar (em nenhum outro mundo, mas nesse)
Minha pífia eternidade.

João Gabriel Souza Gois, 14/02/2012

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