domingo, 28 de setembro de 2014

Manifesto do Partido dos "Lumpem" Preguiçosos

MilitÂnsia descolorida,
cinza, pragmática, rotulista e pré-estabelecida,
seja revolucionária como os verdadeiros revolucionários e boêmios,
busque a briga, mas não centralize o crédito dos prêmios...
Às vezes agiu mal, naquele velho embate,
porque achou que era coisa de "lumpem" achar que o abacate
é mais símbolo do Brasil do que algumas 'Doxias'.

Antes que me olhe desconfiada do meu peleguismo,
afie a crítica, renuncie o niilismo,
e percorra comigo o abismo criativo para a política
que a envolve na vida, e não no cronograma,
que a não separa por critérios epistemológicos
para soar mais reproduzível.

Pare um pouco hoje, só por hoje esqueça A Grande Trama,
e dance, dance pra valer.
Por maior que seja a estrada militante a se percorrer,
ela nunca será música.
E, desculpe amigo, nessa terra
onde assovia o sabiá,
  [aquele que Tom cantou e a militÂnsia não entendeu nem um milímetro de seu
  [versar.
A Música será sempre mais a identidade da classe trabalhadora
do que um ou outro qualquer arquétipo.
A prova nada científica disso
foi quando ouvi de um trabalhador uma vez:
"Parou o Samba!? Tinha que ser pequeno-burguês!"

O Samba fala a língua do povo.
A esquerda fala a língua da esquerda.

Bamba esse povo, ó Xangô. Bamba.
Porque a corda bamba a que todos estamos
cada vez mais balança
de desconfiança do velho que querem pintar de novo.
E pior: Desconfiança do novo, que apesar de novo, fala de um jeito tão velho,
que nem é lembrado.

Se você acha que arte é para se consumir,
ou apenas para aliviar o árduo trabalho da história,
nós não podemos te aceitar.


O que eu vejo de pré-revolucionário,
nesse fosco cenário,
é a Sexta-feira.
Afinal de contas,
meu sindicato é o Bar.

João Gabriel Souza Gois, 28 de setembro de 2014.

OBS: Isso não é uma apologia, nem um orgulho idiota pela despolitização.
Isso é uma desaprovação de um dos formatos de politização que tantos insistem em dizer que é o único-possível-realizável. Um brinde, Paul Lafargue!

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