quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Impuro.

Há duas maneiras de usar a linguagem humana e sua lógica intrínseca racional para desconstruir a razão fria ou a verdade empírica. A primeira se chama poesia, a outra: filosofia.

   O pior não é como fulmina. Talvez como fulminou? Acho que como fulminará pode ser preponderante... Questões infinitas que fazem os eufóricos saberem que estão vivos por coisas muito maiores do que a dúvida. Acho que os gênios, principalmente os cartesianos, só puderam tanto por se permitirem tão pouco...

   Me pergunto se aquela dúvida - sustentáculo da vida - poderia ser o começo do fim daquela mesma existência. Mais: Que dúvida era essa? Em qual das cinquenta-mil categorias criadas pela ciência e pelo homem fragmentado por funções múltiplas - cada vez mais específicas e por consequência lógica mais alienantes - ela se encaixaria?

  Aos eufóricos, utópicos, românticos e dionisíacos (tão diferentes entre si mas com o suficiente para se sentirem unos) ela seria: por que fulmina?

João Gabriel Souza Gois, 03 de janeiro de 2013.


OBS: Pureza é uma ilusão, por isso o título. Foi a ilusão da pureza de raça que afirmou superioridades despóticas. Foi a ilusão da pureza de sangue que estimulou o anarco-status-quo das nobrezas absolutas e divinas(havia Estado, mas não para "Eles"). A ilusão da Razão pura acarreta em verdades absolutas, nenhum consenso e repulsa a debates, fatores por si só importantes para descobrir parte do que está desconstruindo o homem como indivíduo isolado, e ele respondendo imaturamente sendo egoísta nas causas imediatas e locais porém mais dependente do todo nas de longo prazo e globais. A supravalorização da inteligência matemática e técnica e dos testes de Q.I são uma consequência de uma espécie de talento que foi útil para um modelo econômico, apenas isso.

E a única maneira de soar compreensível sem excessos nos termos, é tendo um objeto de linguagem... Resumindo, a linguagem exige um objeto. A linguagem é objetiva e racional. Os maiores gênios, os mais inteligentes - ao meu ver - são os que a usaram, para de maneira metalinguística, desconstruir sua essência inerente - a razão (Usa-se a linguagem para desconstruir a razão, que a tem como essência). Daí o trecho em itálico no começo. 


Feliz ano novo! (:

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