quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Ver sem enxergar, viver cego para "aproveitar".

O factual é tão desgastante,
Tão absurdo.
Absurdo até para mim,
Que boto pose até o fim.


A mentira é tão confortável,
Tão carismática,
Tão aceitável.
Eu diria que até mágica.


Os que enlouqueceram,
Por querer a verdade a todo momento,
Foram calados pelos que não aguentavam o sofrimento.


Os que sobreviveram
Com a sanidade invejável e a família impecável,
Era o hipocrita, nojento e asqueroso que só queria uma vida estável.


Bote a culpa no papa !
Ramones e anarquia são a chave para ser diferente.
Mas isso só ocorre, porque o realce de assim ser,
Lhe dá conforto no viver.


Pois se precisasse pegar em armas,
Mudar de fato, abrir mão das coisas,
Da coca-cola e do tênis com mola, não aconteceria.


É duvidável essa rebeldia.
Fácil falar de mais-valia,
Difícil é fazer mais do que ladrar.


Não digo que sou digno de abrir mão de meu conforto.
Não sei se pra mudar, doaria meu corpo morto.
Mas sei que se reconheço que faço pouco,
Por que chamar o corajoso de terrorista ou de louco?


Depreciar para se confortar é viável
Se a história de toda mídia mundial dor usada para provar isso.
Mas mesmo na minha mente envolvida de conforto,
Questiono se vale tanta hipocrisia para me sentir confortável.

João Gabriel Souza Gois, 9/12/2010

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