quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

A rigidez assassina e a sensibilidade divina.

Entre o gozo que, através do fenômeno que esconde em seu significado,
Se traduz na ação de escorrer nas permeabilidades da roupa de baixo,
E a lágrima que sai naturalmente, assim como sangue, após a ferida.


Que se encontra o significado, muitas vezes obstinado,
Mesmo que vestido em roupa nobre ou em um manaixo,
Do que é - qualquer que seja a filosofia (morta por lignina) que se siga - a vida.


Monstros no armário,
Ser o alvo do momento hilário.
Ser feito de otário.


Muitos medos crescem e amadurecem,
Conosco.
Mas os excessos não mudam o aspecto tosco,
Para que cada um deles, através do radicalismo, imperem.


Trazer palavras que meu vocabulário não investiga,
Fazem as poesias muito mais que bonitas.
Pois se com elas conseguir construir um muro de impulsos e razões infinitas,
Eternizo, me completo, mostro afeto, justifico, torno uno, feito aço em liga.


Para que as angústias e os excessos não assumam papel maior que de um pigarro,
Que escarro em qualquer rua, qualquer canto,
E me livro do encanto,
De cultivá-los e escondê-los com um riso torpe e bizarro.


Se assim viver, exagerando mas eternizando.
Chorando, sorrindo, gozando e amando.
Sei que viverei menos e melhor,
Dos que os que se cultivam para nada além do rancor.

João Gabriel Souza Gois, 9/12/2010

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