Esforço demais para recuperar o que não sabe como.
Descanso demais por conta do esforço.
E da auto-recriminação ao auto-perdão,
não resta sim nem não.
E o talvez da abstenção
tirou coragem, virou refrão.
Novamente essa cena,
mas antes ela era diferente.
Então se antes era diferente,
não a vejo novamente.
E o que vejo desmente
o que queria ver,
e a frustração do idealizado
ao que se prentende fazer
não se faz nada além de sofrer
por leites derramados por outras pessoas,
por aceitações ora boas
ora ruins,
e dessa dicotomia que virou o mundo,
dessa bifurcação em que não escolho e fico mudo,
a solidão é necessária e cansativa.
Afinal que quando é necessário renascer só por si,
por si mesmo pode criar as barreiras.
Mas se quer então queiras,
pois temer faz da cabeça
a fuga.
E suga o que ouve,
transforma em outra coisa,
só para testar se ainda sente,
mas o que está a frente não parece mais tocável.
Ah, como foi amável!
Mas teve aquele outro ponto.
E o que deseja lembrar afinal?
Você não deseja, apenas lembra.
E sorri ou chora.
Não há limite para como as emoções chegarão,
elas podem assustar,
mas ter medo de sentir,
é nada além do medo de estar vivo.
E o que dizer desse labirinto onde a mesma coisa
anima e desanima?
Melhor esperar, mas não parado.
Pior parar, desesperado.
E só reparar não deixa reparado.
E só olhar, induz um julgamento errado.
É impossível tirar de mim mais do que isso,
e respeitando o momento difícil,
da esperança vejo melhora no futuro,
da desconfiança vejo revolta no escuro.
Sonolento, interagindo pouco.
Só um momento, buscarei eu outro.
E me renovo com medo de ser renovado.
E me recobro com medo de ser cobrado.
E me amedronto só por estar amedrontado,
mas encontro no medo o caminho para lidar,
e me descubro sem segredo, mas querendo guardar.
Sendo que o que pensei não saiu de mim,
e quando não falei, ninguém viu por mim,
cansei de tanto não, vou atrás de sim.
João Gabriel Souza Gois, 20/08/2012
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe aqui sua impressão, crítica, desgosto ou palavrão.
Não há nada que não possa ser dito, nem nada que faça com que as palavras, depois de ditas, morram.