segunda-feira, 2 de julho de 2012

.Reciclo ...


"Quando o homem inventou a roda
logo Deus inventou o Freio,
um dia um feio inventou a moda
e toda a roda amou o feio"
               Piercing, Zeca Baleiro.




Existirá culpa!
e como existirá...
Existirá quando não
consegue imaginar
o que poderia ser entendido
de um verso perdido,
de um grito disperso,
de um ímpeto perverso
de um querer corrompido.


Não existiu nada senão o Freio.
O Cupido que conheci usava uma espada de fogo,
encarava a fé como um jogo,
onde qualquer outra coisa em vão
era um decreto discreto
mas que doía
como dói
a cabeça
quando se corrói
o que impõe que esqueça
e o que quer lembrar.


O limite da História
é memória
do historiador que foi notado,
coitado...
existem outros.
O pouco que cada um é dotado
pode virar muito
se for regado
com Amor.


Se livrar de uma dor.
Pedir liberdade ao ardor.
Tudo quanto não pode culpar.
Pediu?
Não pediu.


Há nos pensamentos,
lamentos,
mais uns quantos lamentos
para se lembrar do que gosta.
Do que gosta em seu próprio gosto.


O navio
perto da costa
desencosta e segue.
Uma várzea
cheia de mágoa
enche de água
os olhos de poucos.
Não há navios

que saiam de várzeas...


Um Freio sem roda,
tornou o mundo feio

com um pouco do que pouco incomoda.


Cabeças,
existem várias a pensar por aí,
não seria possível interrogar e pedir
que saíssem delas a verdade.

Descobrindo

que a vontade
é capacidade
de...


Freio.
Foi feito por um Deus de muitos
e ninguém contesta.
Mas encarar o mundo por uma fresta
enruga a testa
quando sabe que ele é maior.
Atrito.
Pior...


Não foi e não será
mas precisará
acionar o freio na descida
descontrolada.
Mesmo que o cheiro de borracha
fique insuportável.
Seria confiável?
Que pergunta improdutiva.
Seria duvidável?
Que fajuta rebeldia.
Seria ponderável?

Que melodia sem harmonia.
Seria adorável?
Seria, foi, será e é.


Até mais,
Até mais quis,
até menos pediu.
Até onde pôde chegar
o pensar carregado
de pesar acumulado
do corpo desorientado
por falta?


Quando só se vê
falta,
aciona o freio
e o anseio
será bem vindo,
mesmo vindo
indo, voltando
e esperando para ficar
sem lembrar que pode ser
depois de ignorar que não foi
dispôs
um projeto
que não soou reto
mas que agradava na força
do gosto
que moldava a curva.

Centrípeta


Centro, onde está?
Não existira
em um pequeno universo
onde o verso
vira lei.
Cabeça pequena.
Nada nobre.

Seria pobre

uma pequena praça
que pode carregar
uma sabedoria milenar?
"No universo da cultura
o centro está em toda parte"
Não há infarte
no concordar.

Uma pequena desgraça

abandonou o pensar.
Postura,
Me centro.
Concentro,
disperso
e vem mais um verso
em vez de produção.


Freio no verso,
para que o controverso
e inimigo do objetivo
seja deixado de lado
sem tentativa de corretivo.
Penso Tenso,
Tenciono o pensar,
cuspo o pesar
e volto a pensar
que tentar outra vez
não será perda.


Perdido.
Desiludido
pela própria sensibilidade
de encarar com integridade
o que foi solto.
De encarar como ingenuidade
o que faltou pouco.


Freio.
Atrito.
Calor.
Ardor.
Freio.
Anseio.
Freio.
Vazio.
Cheio.


Meio cheio, ultimamente.
Meio vazio, contidamente.
Um quarto. Mais nada.
Um oitavo. Menos ainda.
Rumando o zero.
Mas eu quero,
rumar o infinito.
Atrito.
Calor.
Sorriso.
Amor.
Freio.
Centro.


De dentro pra fora.
De fora: tormento,
momento,
agora,
lá fora:
sentimento,
aqui dentro demora,
lá fora tudo lento,
tudo dentro justo agora.


Tudo fora mais lamento.

.
..
...
....
.....
....
...
..
.

Espelho apenas.
Ponto final é a morte.
Não há falta de sorte

como não há almoço de
graça.

Desgraça 
para gracejar
a graça de continuar.

João Gabriel Souza Gois, 01/07/2012

Obs: Até poesia precisa de férias.
Eu preciso de férias pra encarar vestibular de novo.

Essa fase de poesias existenciais pretendo encerrar por aqui, com ".Reciclo...",

do péssimo ao ótimo a vida é a mesma.

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